Por séculos o trabalho
foi considerado sinônimo de prazer e realização, além de uma fonte de sustento
familiar. No entanto, levantamentos recentes mostram que os profissionais estão
sofrendo – e muito – com doenças físicas e psicológicas causadas pelo próprio
emprego.
Houve um tempo em que, como diz o senador italiano José Luiz Del Roio,
para o trabalhador, viver significava não morrer. Tal afirmativa evoca o início
da Revolução Industrial, na Inglaterra, quando as jornadas de trabalho chegavam
a 16 horas por dia e os operários não tinham qualquer direito ou prerrogativa.
De fato, o bem-estar e
o trabalho são dois conceitos que, por muito tempo, foram tratados pelos
estudiosos – e, sobretudo, pelos empresários – de maneira dissociada. Torna-se cada
vez mais necessário que as empresas e profissionais lancem mão de ferramentas,
métodos e teorias que proporcionem um direito implícito e um gerador potencial
de produtividade e bons resultados: o bem-estar no trabalho.
O trabalho
As primeiras concepções acerca da divisão do
trabalho já podem ser percebidas no pensamento dos filósofos antigos. Platão
defendia a formação da sociedade em três classes de trabalhadores: os filósofos
(superiores), os guerreiros e, abaixo deles, os artesãos. Adam Smith (século
XVIII) e Karl Marx (século XIX) atribuíram um conceito de valor econômico ao
trabalho, uma fonte latente de riqueza material.
Apesar de serem
perspectivas diferenciadas – e de muitos outros pensadores também terem
participado desse debate histórico – compreende-se que o trabalho é um elemento
que agrega valor à pessoa, lapida o seu caráter e constitui um capital vivo para
a sociedade. Se a humanidade alcançou o patamar de desenvolvimento que
vivenciamos hoje, isso se deve quase que unicamente ao trabalho – seja ele
laboral, intelectual ou operacional. Afinal "o tempo dedicado ao
trabalho constitui um componente fundamental para a construção e o
desenvolvimento do bem-estar pessoal e da felicidade", como dizia pesquisador e psicólogo social Álvaro Tamayo.
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