Foto: Divulgação/Teatro e Transformação |
No mundo todo, nesta data de 16 de março, é celebrado o Dia Mundial do Teatro do Oprimido, em homenagem ao teatrólogo brasileiro Augusto Boal, criador do método.
A ideia que gira em torno da data é a de contribuir para o redimensionamento do olhar sobre o trabalho do entusiasta carioca Augusto Boal, considerado, também, como o maior homem de Teatro, criador de uma metodologia artística, pedagógica e social praticada em mais de 70 países dos cinco continentes. É válido salientar, também, que Boal foi indicado, em 2008, ao prêmio Nobel da Paz e nomeado Embaixador Mundial do Teatro pela Unesco.
Para os que não conhecem a fundo, o Teatro do Oprimido é um método estético que sistematiza exercícios, jogos e técnicas teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus praticantes, e a democratização do teatro. É ele que parte do princípio de que a linguagem teatral é a linguagem humana que é usada por todas as pessoas no cotidiano. Sendo assim, todos podem desenvolvê-la e fazer teatro. Desta forma, o Teatro do Oprimido cria condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de expressão. Além de estabelecer uma comunicação direta, ativa e propositiva entre espectadores e atores.
Dentro do sistema proposto por Boal, o treinamento do ator segue uma série de proposições que podem ser aplicadas em conjunto ou mesmo separadamente. Cumpre ressaltar que todas as técnicas pressupõem a criação de grupos, onde o Teatro do Oprimido terá sua aplicação.
O legado de Boal deixado para o Teatro do oprimido foram 22 livros e centenas de artigos, já traduzidos em mais de 20 idiomas. Além disso, milhares de centros de estudos e grupos formados em torno das práticas do Teatro do Oprimido. De acordo com o professor e pesquisador da UniRio, Zeca Ligério "alguns dos livros de Boal são adotados nas principais escolas de teatro do mundo - desde os Estados Unidos à Austrália, passando pelo Reino Unido e França". Ligério lamenta que somente as escolas de teatro brasileiras hesitem em adotar as teorias e práticas do Teatro do Oprimido em seus currículos.