sábado, agosto 18, 2012

Recife tem seminário e capacitação em entrevista forense com crianças vítimas de abuso sexual


 Em parceria com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a Childhood Brasil vai promover, entre os dias 20 e 23 de agosto, no Recife, um Seminário e Curso de Capacitação em técnicas de Entrevista Forense para tomada de Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes vítimas ou testemunhas de violência sexual. A abertura do evento acontece, às 9h30, no auditório do Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra.
 A programação do primeiro dia (20) do evento é reservada para o Seminário “Pressupostos metodológicos e as distinções e complementaridades entre o papel da autoridade jurídica e as equipes interdisciplinares”, cujo público esperado é de 200 profissionais de mais de 20 estados brasileiros, envolvidos na escuta do Depoimento Especial de crianças e adolescentes, tais como juízes, promotores, defensores, técnicos e demais profissionais da rede de proteção 
à infância em Pernambuco. Nos dias 21, 22 e 23, será realizado no Beach Class Suites, em Boa Viagem, o Curso de Capacitação em “Entrevista Forense com Crianças: A Arte e a Ética”, direcionado para 50 técnicos do Judiciário, atuantes em salas especiais do País.
 A capacitação será coordenada pelo especialista Chris Newlin,   diretor-executivo do Centro Nacional de Defesa da Criança dos Estados Unidos (National Children’s Advocacy Center – NCAC), que traz para o Brasil uma metodologia adotada em 1985 e que até o momento já serviu de referência para mais de 900 centros que atuam na proteção da infância do país.
 A técnica de entrevista desenvolvida pelo NCAC tem uma abordagem flexível que leva em consideração as particularidades das crianças e adolescentes, além de proporcionar um ambiente favorável e acolhedor a elas.
“O modelo de entrevista do NCAC foi criado com base em pesquisas e práticas específicas e projetado para capacitar entrevistadores forenses do depoimento especial. Essas entrevistas fornecem material investigativo com informações essenciais e podem ser usadas no tribunal para evitar que a criança tenha que testemunhar ou repetir o depoimento diversas vezes durante todo o processo”, afirma Chris Newlin.
 Também participará da condução do treinamento a professora do NCAC, Linda Cordisco Steele, especialista em entrevista forense. Os tópicos a serem abordados durante o curso são:


  • Introdução a entrevistas forenses com crianças; Estrutura da entrevista forense do NCAC;



  • Considerações sobre o desenvolvimento de crianças; Crianças em revelação ativa; e 
  • Crianças relutantes em revelar. Já no dia 24 de agosto, os professores conhecerão a experiência de Depoimento Especial que já está em funcionamento em Pernambuco.
 No Seminário de abertura do evento (20) será abordado o histórico do Depoimento Especial no Brasil, as novas perspectivas para sua ampliação, a experiência do NCAC e do Tribunal de Justiça de Pernambuco neste processo, bem como o papel da equipe técnica na realização de entrevista forense e a relação com as autoridades responsáveis pela investigação e julgamento dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes.
 Segundo o coordenador de Infância e Juventude no âmbito do Judiciário estadual, desembargador Luiz Carlos Figueiredo, devido ao seu destaque na realização do Depoimento Especial, Pernambuco foi escolhido pela Childhood Brasil como sede do evento. “A chegada de especialista de países mais desenvolvidos vai aperfeiçoar a qualidade dos serviços que já prestados. Como, até outubro, pretendemos instalar uma sala de depoimento acolhedor em Caruaru e Petrolina, só temos a aprender técnicas novas e melhorar”, afirmou.
 “A Childhood Brasil tem atuado na defesa da implantação do Depoimento Especial de crianças e adolescentes no País desde 2007. Com a experiência bem sucedida do NCAC nos Estados Unidos e em mais 20 países, Chris Newlin nos dará suporte e subsídios para a criação de um modelo brasileiro de entrevista judicial”, destaca Itamar Gonçalves, gerente de programas da Childhood Brasil.

Fórum Pernambucano de Comunicação propõe políticas públicas de Comunicação aos candidatos das eleições municipais 2012


 A comunicação é um direito humano que está expresso em diversos pactos internacionais, além da própria Constituição Brasileira de 1988. Como dos os demais direitos (que consideramos interdependentes, universais e indivisíveis), precisa de políticas públicas que o garantam a toda a população.
 Tais políticas devem existir em todas as instâncias do Estado para que cada cidadão e cada cidadã tenham efetivamente a capacidade de exercer sua plena liberdade de expressão e acesso à informação, podendo comunicar-se sem entraves, além de obter dados das esferas públicas (ou de interesse público).
 No Brasil este direito vem sendo historicamente negligenciado. Governo após governo, têm sido tímidas – ou nulas – as iniciativas municipais, estaduais e nacionais para garantir este direito. Seguindo-se uma equivocada “tradição”, recursos destinados à comunicação têm sido usados principalmente para a execução das políticas institucionais de comunicação da gestão vigente e, mesmo assim, sem a necessária transparência.

 Este ano a população de todo o País é convocada a, mais uma vez, escolher seus representantes para o Poder Legislativo Municipal, além de prefeitas (os) que terão a função de executar as políticas que a sociedade necessita pelos próximos quatro anos. Para que as (os) candidatas (os) possam comprometer-se com a democrática liberdade a que temos direito para nos expressar, o Fórum Pernambucano de Comunicação (Fopecom) e suas entidades parceiras enumeram algumas ações que precisam ser postas em prática o mais brevemente possível:

  • 1. Criação de instância específica para planejar/executar políticas de comunicação – Secretarias de Comunicação (ou de Imprensa) em boa parte dos municípios brasileiros (como o Recife) têm a função principal de, obedecendo ao princípio da publicidade, dar visibilidade às ações do gestor vigente. Funcionam muitas vezes como assessoria de imprensa da (o) prefeita (o) e também com ordenadoras de despesas com mídia. É preciso, porém, que haja uma instância independente que possa dedicar-se exclusivamente a executar políticas de comunicação que têm como objetivo garantir esse direito à população, como as propostas desse documento. Ou seja: uma secretaria de comunicação voltada para cidadãos e cidadãs.
    • 2. Criação/fortalecimento de um sistema público de comunicação – Praticamente todo o espectro eletromagnético em quase todas as cidades do Brasil é ocupado por canais concedidos a empresas privadas. Faltam iniciativas que deem força e conteúdo a meios de comunicação verdadeiramente públicos (não estatais) em todos os formatos e que estejam a serviço da sociedade; que funcionem principalmente como veículo para a produção oriunda da sociedade, organizada em toda a sua diversidade. No Recife, uma proposta que precisa sair do papel é a Rádio Frei Caneca, prevista por Lei há mais de 50 anos, outorgada pelo Ministério das Comunicações em 2011, que tem sede e equipamentos comprados e permanece fora do ar.

  •  3. Fomento à produção independente, em especial à comunicação comunitária – A liberdade de expressão não é suficiente se ela não for acompanhada de ferramentas e formação para a produção de conteúdos de comunicação que possam dar visibilidade a comunidades geograficamente delimitadas ou de interesses. Ser capaz de criar suas próprias publicações (virtuais ou impressas), seus próprios programas (em rádio ou tevê) e seus próprios filmes reforça o sentido de identidade e contribui para o exercício da cidadania em todas as suas formas. Propomos, então, a criação de núcleos de produção de comunicação que dêem conta desta demanda, nos moldes do que postos de saúde representam para as políticas do setor.

  •  4. Transparência de critérios na distribuição da verba publicitária do município – Todos os anos, os municípios brasileiros gastam milhões de reais em produção de propaganda e compra de mídia, principalmente em veículos comerciais. É preciso não só que esses dados sejam divulgados, como também os critérios que os definem.

  •  5. Implementação da Lei do Acesso à Informação – Em maio de 2012, entrou em vigor a Lei 12.527/11 que garante à sociedade o direito de ter acesso a informações públicas e de interesse público localizadas em qualquer órgão municipal, estadual ou nacional. A legislação acaba com o sigilo eterno de documentos e demanda procedimentos (inclusive pró-ativos) de disponibilização de informação. Trata-se de uma lei fundamental e que requer esforço – e recursos – para sua plena implementação.

  •  6. Criação de hotspots de internet pública gratuita - Ter acesso à Internet, com banda larga e estabilidade, é fundamental para o pleno exercício da comunicação. Não só para a publicação de conteúdos, mas para inscrever-se em concursos, acompanhar os processos legislativos, participar de consultas públicas e até para se obter documentos como a carteira de estudante, por exemplo. Sendo assim, o Poder Público Municipal tem o dever de fazer com que o acesso a esta ferramenta seja universalizado. Enquanto municípios menores podem pensar na possibilidade de acesso amplo e gratuito através de redes wi-fi, cidades de maior porte devem criar seus “hotspots” em lugares estratégicos ou de maior aglomeração como praças, mercados, escolas, bibliotecas, etc.

  •  7. Concursos públicos para profissionais de comunicação – Como governos estaduais e federais, municípios têm feito uso de recursos impróprios para contratação de profissionais de comunicação aos quais é delegada a missão de conduzir e executar a comunicação de Governo. Há décadas inexistem concursos, mas prefeituras como a do Recife, por exemplo, mantém um quadro de profissionais contratados através de expedientes como ocupação de cargos comissionados e terceirização. Além de burlar o instituto adequado do concurso público, essa ação reforça a caracterização da comunicação como instrumento de divulgação da gestão dos poderes Executivo e Legislativo municipais. Cobra-se, então, de candidatas (os) que assumam compromisso de mudar essa prática, promovendo concursos públicos para substituição das vagas atualmente ocupadas através dos meios indevidos.
propostas sistematizadas em reunião do Fopecom 

segunda-feira, agosto 13, 2012

"Deus Danado" estreia nas telonas do cinema da Fundação

 Esta segunda-feira (13) tem um gostinho todo especial para o dramaturgo e pesquisador pernambucano Luiz Felipe Botelho, que terá na telona do cinema da Fundação Joaquim Nabuco a exibição do seu filme “Deus Danado”, às 20h, com entrada gratuita. Toda a direção, fotografia e edição do filme foi feita pelo próprio Botelho, já a parte de encenação ficou por conta de Nildo Garbo, também responsável por  figurinos, cenografia e maquiagem. 
 "Deus Danado" registra a montagem caruaruense da premiada peça teatral homônima de João Denys Araújo Leite, sobre a difícil relação entre um homem e seu afilhado vivendo na aridez de um sertão arquetípico. A peça passou dois anos em cartaz e fez sucesso em vários festivais; tendo no elenco Severino Florêncio, Rafael Amâncio e Welba Sionara. O filme foi realizado em vídeo digital, com produção do Grupo de Teatro Arte-Em-Cena e apoio do SESC-Pernambuco e da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru.
 De acordo com o pesquisador, a montagem caruaruense de “Deus danado” trazia características que favoreciam a experiência no campo do diálogo entre as linguagens do teatro e do cinema, desde o domínio de palco demonstrado pelos atores (que poderiam aceitar a presença próxima de uma câmera sem prejudicar sua própria atuação) até a configuração da cena de um modo geral (que dava amplas condições de movimentação da câmera). Sendo assim, propôs ao produtor e ator Severino Florêncio levar a peça da linguagem teatral para a linguagem audiovisual e, de pronto, teve o seu desafio aceito.
 Sobre a produção do filme, Botelho revela que captou as imagens por uma única câmera HD portátil que, como um terceiro personagem, transitou pelo palco junto aos atores, buscando integrar-se ao ritmo do espetáculo transformado em filme.
 O áudio também foi captado ao vivo, incluindo desde as falas dos atores até a trilha sonora utilizada em cena. O trabalho de edição de som e imagem durou quatro meses, mas foi possível definir um caminho próprio dentro do que oferecia a encenação, reconfigurando as linguagens de teatro e do cinema.
 Da equipe técnica fizeram parte Edu Oliveira (iluminação), Karla Dayanne (som), Arnaldo Honorato (cenotécnico), Mayllson Ricardo e Naldo Venâncio (apoio às gravações), Kyara Muniz (transcrição de falas para legendagem), Fábio Brainer (revisão geral) e Grupo de Teatro Arte-Em-Cena (produção executiva).
 Na próxima quarta-feira (15), é a vez da cidade de Caruaru visualizar "Deus Danado" no Teatro Ruy Limeira Rosal (Sesc), às 20h, também com entrada franca. 


SERVIÇO:
Lançamento do filme “Deus danado”


No Recife
Dia 13 de agosto de 2012 (segunda-feira)
Local e horário: Cinema da Fundação, 20h, entrada franca.


Em Caruaru
Dia 15 de agosto de 2012 (quarta-feira)
Local e horário: Teatro Ruy Limeira Rosal (SESC), 20h, entrada franca.