sábado, julho 21, 2012

Livrarias digitais definem estratégias de mercado através de aplicativos usados em e-books

Reprodução
 No Brasil, grandes livrarias nacionais já acompanham a tendência de analisar hábitos dos leitores.
 O Saraiva Digital Reader, aplicativo da livraria Saraiva para várias plataformas, coleta dados como o tempo de leitura e os dias da semana em que o usuário mais lê.
 "As informações nos ajudam a entender o comportamento dos clientes em cada tipo de aparelho", afirma Marcílio Pousada, diretor-presidente da Saraiva. Segundo ele, a livraria pode, por exemplo, dar ênfase a livros digitais nas recomendações do site se o cliente for um leitor assíduo de e-books.
 Joaquim Garcia, diretor de tecnologia da informação da Livraria Cultura, fala que a empresa já trabalha para ter um sistema parecido. Hoje, a plataforma deles registra as aquisições que o cliente faz e dá recomendações baseadas nisso, mas não recolhe dados sobre os hábitos de leitura.
 Nos EUA, a Electronic Frontier Foundation, que defende o direito à privacidade na rede, luta para evitar que lojas de livros possam entregar dados de clientes a autoridades sem que uma corte aprove. "Há um ideal de sociedade em que o que você lê não é da conta de ninguém", disse Cindy Cohn, diretora jurídica da EFF, ao "WSJ".

MERCADO PEQUENO

 Uma pesquisa do Instituto Pró-Livro feita em mais de 5.000 domicílios em todos os estados do Brasil, publicada em março, apontou que 70% dos brasileiros nunca tinham ouvido falar de e-books.
 A Livraria Cultura diz que menos de 1% dos livros que vende são digitais. A americana Amazon -que planeja chegar ao Brasil ainda em 2012, segundo a Reuters- viu seus e-books superarem a venda de livros físicos em 2011, segundo a IHS iSuppli.
 Ivan Pinheiro Machado, editor da L&PM, diz que registrar o comportamento dos leitores de e-books num mercado incipiente como o brasileiro ainda é irrelevante.
 A escritora Martha Medeiros, cujo e-book "Noite em Claro" é sucesso na Cultura, diz que jamais levaria em conta dados sobre leitores. "Não estamos trabalhando com uma margarina", afirma.


Com informações da Folha de São Paulo

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